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Eles achavam que estavam seguros! 5 prédios têm risco cair, revela o laudo

Em bairros nobres, onde o metro quadrado atinge valores elevados e os edifícios passam a sensação de segurança e prestígio, ninguém espera viver com medo. Mas moradores de alguns prédios de alto padrão em Fortaleza têm enfrentado exatamente isso. Não por boatos, não por desconfiança, mas por algo muito mais concreto — e preocupante.

Enquanto o trânsito segue lá fora e as fachadas mantêm aparência de normalidade, o que acontece por trás das paredes está causando inquietação.

Vazamentos constantes, elevadores com defeito, infiltrações e o silêncio das administrações levantaram um alerta. Mas só agora veio à tona o que poucos imaginavam ser possível.

A revelação, baseada em documentos oficiais e confirmada por autoridades, jogou luz sobre uma situação que se arrastava discretamente por anos. E os nomes dos imóveis envolvidos não estão em periferias ou em construções abandonadas. Pelo contrário.

Imagine morar em um prédio e descobrir que ele possui um grande risco de desabar Esse o drama que esses moradores estão vivendo.
Imagine morar em um prédio e descobrir que ele possui um grande risco de desabar Esse o drama que esses moradores estão vivendo – Foto: imagem fictícia e ilustrativa: edição nossa/ Sora.

Notificações, autuações e um risco que não pode mais ser ignorado nos prédios

Entre 2019 e 2025, ao menos cinco prédios da Construtora e Imobiliária SAD LTDA foram notificados formalmente por risco de desabamento pela Defesa Civil de Fortaleza.

O órgão não apenas confirmou as inspeções como detalhou que as estruturas apresentam vulnerabilidades sérias, agravadas pela falta de manutenção e ausência de Certificados de Inspeção Predial (CIP) — um documento obrigatório para garantir a segurança dos edifícios.

Os imóveis listados incluem nomes conhecidos por quem circula pela cidade:

  • Antonio Cardoso Linhares Neto (Rua Leonardo Mota, Dionísio Torres);
  • Residencial Linhares (Rua Humberto Monte, Bela Vista);
  • Alda Cardoso Linhares (Av. Rui Barbosa, Aldeota);
  • Luis Linhares II (Rua Padre Valdevino, Aldeota);
  • Luis Linhares (Rua Joaquim Alves, Meireles).

Mas os problemas não param nas notificações. Três desses edifícios foram autuados pela Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis), justamente por não apresentarem o CIP atualizado. Outros registros mostram demolições feitas sem licenças legais e até terrenos mantidos com entulho e sem qualquer isolamento, ferindo normas básicas de segurança urbana.

Veja mais: Dados são previsíveis! Você achava que era sorte? Ciência mostra o contrário

Construtora nega, mas moradores relatam abandono e medo dos prédios

A construtora SAD afirma que não há risco iminente e que engenheiros especializados foram contratados para elaborar laudos técnicos detalhados. Em nota oficial, o proprietário Antonio Cardoso Linhares declarou que os relatórios preliminares “não indicam risco estrutural”, e que o plano de correção será encaminhado às autoridades.

Mas, enquanto as promessas circulam em papel timbrado, quem vive nos prédios relata uma realidade bem diferente. Inquilinos e proprietários relatam deterioração acelerada, vazamentos constantes, fiação elétrica comprometida e síndicos nomeados pela própria empresa que não têm autonomia para agir.

Uma administradora de 48 anos, dona de dois apartamentos no Edifício Antonio Cardoso Linhares Neto, afirma que há anos denuncia os problemas, sem retorno. “Eles colocam síndicos que não fazem nada. Quando pedimos manutenção, dizem que está tudo certo. Mas os elevadores vivem parados, as paredes têm rachaduras e ninguém nos escuta”, relata.

Veja também: Essa casa é minúscula por fora, mas o que tem dentro choca o mundo

Defesa Civil reforça: quem mora, tem direito de saber a verdade

O tenente-coronel Haroldo Gondim, coordenador da Defesa Civil de Fortaleza, enfatizou que o papel do órgão é prevenir tragédias, não apenas reagir a elas. “Fazemos as notificações, exigimos os laudos e, se necessário, interditamos parcial ou totalmente a edificação”, explicou.

Mas, para isso, os condôminos e moradores precisam estar bem-informados, já que muitas vezes as administradoras evitam divulgar os riscos com medo de desvalorização dos imóveis ou repercussão negativa para a construtora. Só que omitir informação, nesse caso, pode custar vidas.

A situação já mobilizou também órgãos de fiscalização, como a Agefis e o CREA-CE, que devem intensificar as vistorias técnicas nos prédios antigos e em regiões de alta densidade urbana.

O caso reacende o debate sobre a responsabilidade legal das construtoras após a entrega dos imóveis e sobre a eficácia dos sistemas de monitoramento predial no Brasil.

Por fora, os prédios seguem com aparência de normalidade. Mas por dentro, o medo já se instalou. A confiança, que deveria ser garantida por laudos e manutenção adequada, hoje dá lugar à desconfiança — e à espera de respostas concretas.

As autoridades afirmam estar agindo. A construtora, por sua vez, tenta tranquilizar. Mas os moradores não querem mais promessas. Eles querem segurança. Querem saber se, ao colocarem a cabeça no travesseiro à noite, o teto acima deles continuará firme.

Informações: Tribuna de Minas.

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