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Vacina nova pode proteger seu coração. Entenda

Imagine receber uma vacina que, além de prevenir uma infecção dolorosa, pode reduzir significativamente o risco de infarto, AVC e insuficiência cardíaca.

Parece improvável, mas essa é a surpreendente descoberta revelada por um novo estudo internacional — e o impacto pode mudar o rumo das estratégias de saúde pública em todo o mundo.

A vacina contra o herpes-zóster, conhecida por proteger contra a temida “cobreiro”, agora aparece como aliada poderosa na prevenção de doenças cardiovasculares.

A revelação vem de uma pesquisa publicada no conceituado European Heart Journal, que analisou mais de 1,2 milhão de pessoas na Coreia do Sul e causou alvoroço na comunidade científica.

Mas como uma vacina voltada a uma infecção de pele pode proteger o coração? E será que essa descoberta vale para todos? A resposta não é apenas científica — é também surpreendentemente estratégica para o futuro da medicina preventiva.

Essa é a vacina que tem o poder de proteger o seu coração, mas poucas pessoas conhecem a sua existência.
Essa é a vacina que tem o poder de proteger o seu coração, mas poucas pessoas conhecem a sua existência – Foto: arquivo nosso.

Herpes-zóster: o vilão que vai além da pele

Causado pelo vírus varicela-zóster, o mesmo da catapora, o herpes-zóster costuma reaparecer anos depois da infecção primária, principalmente em pessoas acima dos 50 anos ou com imunidade comprometida. Os sintomas são conhecidos: erupções cutâneas dolorosas, sensação de queimação e mal-estar generalizado.

Mas o que muitos não sabem é que o impacto do herpes-zóster vai muito além da pele. Estudos anteriores já haviam levantado a hipótese de que ele provoca inflamações nos vasos sanguíneos, podendo danificar artérias e facilitar a formação de coágulos — dois gatilhos perigosos para eventos como infarto e AVC.

Ou seja, o herpes-zóster não é apenas uma doença incômoda. Ele pode ser um fator silencioso por trás de complicações cardíacas graves. E é exatamente aí que a vacina entra como uma arma inesperada na prevenção cardiovascular.

A vacina que protege além da expectativa

O estudo sul-coreano analisou dados de 1,2 milhão de pessoas com mais de 50 anos. Os resultados foram claros e, para muitos especialistas, surpreendentes. Pessoas vacinadas contra o herpes-zóster apresentaram:

  • 26% menos risco de sofrer eventos cardiovasculares maiores, como infarto ou AVC;
  • 26% menos probabilidade de desenvolver insuficiência cardíaca;
  • 22% menos risco de doença coronariana, principal causa de morte no mundo.

E o mais impressionante: os benefícios se estendem por até oito anos após a vacinação, segundo os dados obtidos pelos pesquisadores.

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Isso significa que uma simples aplicação pode oferecer proteção prolongada não só contra o vírus, mas também contra uma das maiores ameaças à saúde pública global — as doenças do coração.

Mas, apesar do entusiasmo, nem todos os públicos se beneficiam da mesma forma. O estudo observou que homens, pessoas com menos de 60 anos e indivíduos com hábitos de risco como tabagismo, sedentarismo ou consumo de álcool tiveram resultados ainda mais expressivos.

O que explica essa ligação entre a vacina e o coração?

A lógica por trás do fenômeno é menos complexa do que parece, mas ainda intrigante. O herpes-zóster, ao ser ativado, gera inflamações sistêmicas, especialmente nos vasos sanguíneos.

Esse processo pode desencadear ou acelerar problemas cardíacos preexistentes, elevando o risco de eventos agudos, como um infarto.

Ao impedir a reativação do vírus, a vacina age de forma indireta, quebrando esse ciclo inflamatório.

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O organismo, ao não ser desafiado pela infecção, preserva a integridade dos vasos e evita o desgaste do sistema cardiovascular, algo crucial para pessoas acima dos 50 anos, grupo mais vulnerável às doenças cardíacas.

Mas há um detalhe importante: o estudo utilizou a vacina de vírus vivo atenuado, que em muitos países já foi substituída por versões mais modernas, como a vacina recombinante.

Ainda não há comprovação se o efeito protetor é o mesmo com essas novas versões — o que reforça a necessidade de novos estudos.

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