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Vale a pena comprar casa para alugar? Veja o que a nova pesquisa revela

Enquanto muitos brasileiros ainda sonham em comprar um imóvel para morar, uma fatia cada vez maior do mercado está apostando em algo diferente — comprar para alugar. Mas será que essa estratégia ainda vale a pena em 2025, com os preços em alta e os juros pressionando o bolso?

Uma nova edição da pesquisa Raio-X FipeZAP 2025 acaba de trazer dados reveladores sobre os rumos do investimento imobiliário no país. E, embora a revenda continue presente no imaginário de muitos investidores, é o aluguel que tem atraído mais atenção — e dinheiro.

Mas não se engane: o cenário é promissor, mas também exige análise. A valorização dos aluguéis anima, mas os preços de compra continuam elevados.

E entre o entusiasmo e a cautela, uma pergunta permanece: investir para alugar ainda é um bom negócio?

Colocar uma casa para alugar pode ser uma solução realmente interessante ou é melhor procurar outro caminho para dar um "up" na sua vida financeira.
Colocar uma casa para alugar pode ser uma solução realmente interessante ou é melhor procurar outro caminho para dar um “up” na sua vida financeira – Foto: arquivo nosso.

Por que tantos investidores estão escolhendo o aluguel?

Os números falam por si. De acordo com o levantamento da FipeZAP, 67% dos investidores imobiliários preferem atualmente alugar seus imóveis em vez de revendê-los.

E mais: em fevereiro de 2025, 80% das transações de imóveis feitas com foco em rendimento foram voltadas para locação. Em março, o índice caiu levemente para 75%, mas ainda revela uma forte tendência de comportamento.

Mas o que explica essa virada? Simples: os preços de aluguel continuam subindo de forma constante, enquanto a valorização dos imóveis para revenda desacelerou — e muito. Isso significa que, enquanto quem compra para revender precisa esperar longos períodos (e muitas vezes enfrentar depreciação ou gastos com reformas), quem aluga consegue retorno mais rápido e estável.

Além disso, o aluguel se mostra uma alternativa mais resiliente em tempos de incerteza econômica.

Em um cenário de juros elevados e acesso restrito ao crédito, muitos potenciais compradores optam por alugar, aumentando a demanda e elevando os preços de locação.

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Preços altos afastam compradores, mas aquecem o mercado de locação

A pesquisa também revela um dado curioso — e preocupante: 73% dos entrevistados consideram os imóveis “altos ou muito altos” em termos de preço.

Essa percepção tem impacto direto no comportamento de compra. Apenas 35% dos entrevistados têm intenção de adquirir um imóvel nos próximos três meses, abaixo da média histórica de 38%.

Ou seja, mesmo com expectativas de valorização de 3,2% ao ano — ou 5,2% entre compradores recentes —, a cautela domina o mercado.

E é justamente essa incerteza que torna o aluguel mais atraente: menos risco, menos espera, retorno mais previsível.

Para quem tem um imóvel parado ou capital disponível para investir, o recado é claro: alugar hoje é, em muitos casos, mais vantajoso do que vender.

E com o avanço das plataformas digitais de locação e da diversificação de perfis de inquilinos, o processo está cada vez mais profissionalizado.

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Quem está investindo — e o que isso diz sobre o futuro?

Outro dado importante da pesquisa é o perfil dos investidores: 88% dos entrevistados têm 41 anos ou mais, e 54% possuem renda domiciliar de até R$ 10 mil.

Isso mostra que o mercado está, cada vez mais, nas mãos de consumidores de poder aquisitivo intermediário, que buscam segurança e renda passiva, especialmente para complementar a aposentadoria.

Por outro lado, a participação de investidores entre os compradores de imóveis caiu para 31% no primeiro trimestre de 2025 — o menor nível já registrado.

Isso pode parecer contraditório, mas indica uma realidade: o mercado de imóveis para revenda está menos atrativo, ao passo que o mercado de locação permanece vivo — e até em expansão.

Mesmo com essa queda no perfil investidor tradicional, quem permanece ativo no mercado está mais estratégico, mais cauteloso e mais focado em rentabilidade de longo prazo.

Comprar imóvel para alugar continua sendo um bom negócio em 2025, mas não da forma automática como foi no passado.

Com os preços elevados, os juros ainda altos e a revenda mais lenta, o investidor precisa agir com estratégia — avaliando localização, demanda local, perfil de inquilino e retorno mensal.

O aluguel se apresenta, mais do que nunca, como uma fonte confiável de renda recorrente, especialmente em um mercado que exige cada vez mais cautela e visão de longo prazo.

Se você tem um imóvel ou está pensando em investir, talvez seja hora de parar de pensar só em valorização de venda e começar a olhar para o potencial do aluguel. Porque, no final das contas, nem sempre vender é o melhor caminho — e quem aluga com estratégia pode sair muito na frente.

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