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Microsoft obriga usuários a mudar de navegador até julho

Uma decisão recente da Microsoft está prestes a sacudir o cotidiano digital de milhões de usuários. A gigante da tecnologia anunciou que, a partir de julho de 2025, quem utiliza o Microsoft Authenticator como gerenciador de senhas será obrigado a migrar suas credenciais para o navegador Microsoft Edge.

A medida não apenas surpreendeu como dividiu opiniões — mas levanta uma questão incômoda: até que ponto as empresas podem forçar o comportamento dos usuários em nome da integração tecnológica?

Com o Google Chrome dominando mais de 65% do mercado, e o Edge ainda engatinhando abaixo dos 15%, a Microsoft decidiu jogar duro.

A promessa é de mais segurança, fluidez e inovação. Mas, na prática, o que se vê é uma tentativa ousada — e controversa — de obrigar os usuários a adotar o Edge como navegador principal.

E se você acha que isso não vai te afetar, prepare-se: se usa o Authenticator para guardar senhas, terá apenas 12 semanas para migrar todos os dados.

Caso contrário, corre o risco de perder o acesso às suas próprias credenciais.

Atenção! Usuários de internet devem se atentar às novas regras impostas pela Microsoft a respeito da mudança de navegador.
Atenção! Usuários de internet devem se atentar às novas regras impostas pela Microsoft a respeito da mudança de navegador – Foto: arquivo nosso.

Por que a Microsoft está forçando a migração?

A medida, que já está sendo criticada por usuários e especialistas, faz parte de uma estratégia maior da empresa para impulsionar o uso do Edge — seu navegador oficial. Apesar de avanços constantes, o Edge ainda enfrenta forte resistência por parte dos usuários, especialmente aqueles já fidelizados ao Chrome ou Firefox.

O plano da Microsoft é simples, mas ousado: centralizar cada vez mais serviços no seu ecossistema, reduzindo a dependência de plataformas concorrentes.

E, para isso, resolveu usar uma das ferramentas mais sensíveis ao dia a dia de qualquer internauta: a gestão de senhas.

Com o anúncio de que o Authenticator deixará de funcionar como gerenciador de senhas, a empresa passa a exigir que todo o controle de credenciais seja feito diretamente pelo Edge.

Ou seja: quem quiser manter o acesso fácil e seguro às suas senhas terá que abrir mão do navegador atual e adotar o da Microsoft.

Authenticator fora, Edge dentro: o que muda na prática?

A partir de agosto de 2025, o Authenticator não mais exibirá senhas salvas. Apenas o Edge será capaz de armazenar, sincronizar e acessar essas informações.

Para facilitar essa migração, a Microsoft já está disponibilizando um recurso de exportação de senhas, mas com uma condição clara: você precisará do Edge para concluir o processo.

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Embora a empresa afirme que a mudança é uma evolução natural de seu ecossistema, muitos enxergam nisso uma forma de coerção digital.

“Estamos sendo empurrados para um produto que nunca pedimos para usar”, comentou um usuário no Reddit. Outro escreveu: “A Microsoft deveria melhorar o Edge para torná-lo desejável, não obrigatório.”

Além disso, a empresa vem incentivando a adoção de passkeys, uma tecnologia que substitui as senhas tradicionais por códigos biométricos ou PINs, considerados mais seguros. Mas há um porém: esses passkeys também são melhor integrados — adivinhe onde? — no Edge.

Reações e o futuro da navegação digital

A reação dos usuários tem sido mista. Enquanto alguns destacam os avanços do Edge — como maior segurança, integração com o Windows, e menor consumo de memória — outros reclamam da “falta de escolha” e da “pressão corporativa” para mudar de navegador.

Especialistas alertam que, embora a Microsoft esteja dentro da legalidade ao modificar seus serviços, a imposição pode ser mal recebida e gerar ainda mais resistência. Afinal, a liberdade de escolha é um dos pilares da experiência digital moderna.

Por outro lado, analistas em tecnologia afirmam que a medida pode, sim, impulsionar o Edge — mas apenas se ele oferecer um diferencial real e duradouro.

Caso contrário, os usuários migrarão apenas o necessário e continuarão navegando com o Chrome, Firefox ou outros concorrentes.

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A questão que fica

A Microsoft está apostando alto: transformar o Edge de coadjuvante a protagonista em um mercado dominado por gigantes. Mas o caminho escolhido — obrigar a migração via Authenticator — pode sair caro se o usuário final se sentir manipulado.

Com a mudança se aproximando, resta saber se a empresa conseguirá, finalmente, consolidar o Edge como navegador padrão.

Mas, até lá, o desconforto causado por essa estratégia imposta pode ser maior que qualquer benefício prometido.

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