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Descontos indevidos no consignado viram alvo da PF — e pode piorar

A promessa de dinheiro fácil, parcelas baixas e desconto direto na aposentadoria sempre pareceu uma solução prática para milhões de brasileiros. Mas, o que muitos não sabiam — e só agora vem à tona — é que esse “benefício” pode ter se tornado um terreno fértil para fraudes milionárias.

Enquanto aposentados confiavam no débito direto em folha como sinônimo de segurança, uma rede paralela e silenciosa se aproveitava dos bastidores do sistema.

Não bastaram as denúncias de descontos irregulares de associações e sindicatos: agora, os olhos da Justiça se voltam com força total para os empréstimos consignados.

E o que antes era apenas uma suspeita isolada começa a se desenhar como um dos maiores escândalos silenciosos do país. Mas será que os golpes já chegaram até você?

Dê uma olhada no seu consignado, pois pode gaver um grave erro nele e a PF ja está de olho nisso também; entenda.
Dê uma olhada no seu consignado, pois pode gaver um grave erro nele e a PF ja está de olho nisso também; entenda – Foto: arquivo nosso.

Fraude no consignado: quando o desconto automático vira armadilha

O empréstimo consignado sempre foi considerado a opção mais segura para quem precisava de crédito com juros mais baixos. A lógica parecia simples: se o pagamento sai direto do benefício, o risco de inadimplência cai, e as taxas também. Mas a realidade, como mostram as investigações da Polícia Federal em parceria com a CGU, é bem diferente.

Segundo relatório divulgado no início de 2024, houve averbações em benefícios não elegíveis, inclusão de seguros e tarifas sem autorização, e até juros acima do teto permitido por lei.

Tudo isso realizado de forma sorrateira, dificultando o rastreio até mesmo por parte do beneficiário.

Mais grave ainda, o sistema eletrônico do INSS, o chamado e-Consignado, não foi capaz de barrar essas práticas.

Por ser falho e desatualizado, tornou-se cúmplice involuntário das irregularidades, permitindo que dados sensíveis fossem acessados e usados sem o consentimento dos titulares.

INSS reage e mira os culpados: bancos, correspondentes e servidores

Diante da repercussão, o novo presidente do INSS, Gilberto Waller Junior, iniciou uma série de mudanças. Uma força-tarefa está sendo montada para investigar e fiscalizar os contratos de consignados, especialmente aqueles firmados com aposentados e pensionistas.

Não se trata apenas de identificar fraudes passadas, mas de estancar uma sangria que ainda corre nos bastidores.

A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) também se pronunciou, apontando abusos cometidos por agentes financeiros e correspondentes bancários, especialmente no programa INSS Vale+, onde foram cobradas taxas abusivas para a antecipação de valores.

Como resposta, milhares de correspondentes já foram banidos do setor, incluindo aqueles que agiam em conluio com servidores públicos para acessar indevidamente dados de segurados e aplicar contratos sem consentimento.

Veja mais: Mudança no INSS deixa aposentados em alerta no Brasil

O que pode acontecer agora com quem tem consignado?

A investigação ainda está em andamento, mas os impactos podem ser profundos. A depender do que for apurado, contratos poderão ser revistos, valores restituídos e novas regras impostas para instituições financeiras.

No entanto, a recomendação imediata para os aposentados e pensionistas é clara:

  • Verifique regularmente os extratos do INSS;
  • Acesse o portal Meu INSS e veja se há contratos que você não reconhece;
  • Desconfie de propostas insistentes por telefone ou mensagens que prometem vantagens “exclusivas”;
  • Jamais forneça dados bancários ou pessoais sem ter certeza da instituição.

A cada dia, surgem novos relatos de segurados que descobriram empréstimos que nunca contrataram, com descontos corroendo boa parte do benefício. E o que era para ser alívio financeiro, virou angústia.

Leia também: Antártica volta a crescer e pega cientistas de surpresa — mas há um porém

Reforma no sistema é urgente — e pode mudar as regras do jogo

A expectativa do governo e dos órgãos de controle é de que as apurações levem a uma reformulação completa na estrutura do crédito consignado. Entre as propostas que já circulam nos bastidores, estão:

  • Adoção de biometria obrigatória na contratação;
  • Proibição total de telemarketing ativo para beneficiários do INSS;
  • Criação de um painel transparente para monitoramento dos contratos em tempo real;
  • E responsabilização direta dos bancos em caso de fraudes por seus representantes.

Mas, enquanto essas mudanças não acontecem, quem paga o preço são os mesmos de sempre: os idosos e vulneráveis que confiaram no sistema.

No final, a pergunta que ecoa é simples: até onde vai esse rombo silencioso? Com a força-tarefa em campo, as respostas devem começar a surgir nos próximos meses.

Mas, até lá, o alerta está dado: verifique, questione e denuncie qualquer desconto estranho. Porque, às vezes, o que parece apenas um débito em folha, pode esconder um esquema muito maior do que se imagina.

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