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Brasil vira o mundo de cabeça para baixo e choca o planeta

A simples ideia de virar um mapa pode parecer banal, até cômica. Mas o que acontece quando essa virada representa uma mudança profunda na forma como enxergamos o mundo — e o lugar do Brasil nele?

Nesta sexta-feira (9), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou uma nova versão do mapa-múndi. Só que, desta vez, com o Sul no topo e o Norte “de cabeça para baixo”.

A mudança causou surpresa, curiosidade e, como era de se esperar, polêmica. Mas o IBGE garante: o gesto é simbólico — e poderoso. Porque não é apenas um mapa que muda, mas sim a posição do Brasil nos eixos do mundo.

O lançamento veio acompanhado de declarações fortes. O presidente do IBGE, Márcio Pochmann, foi direto: “É hora de olharmos o mundo a partir do Sul. É o Sul que pulsa. É o Sul que avança.” Mas… o que está por trás dessa mudança que parece tão simples, mas é, na verdade, política, estratégica e simbólica?

IBGE pode alterar mapa que colocou Brasil no centro da geografia; entenda o que aconteceu e quais motivos estão em jogo.
IBGE pode alterar mapa que colocou Brasil no centro da geografia; entenda o que aconteceu e quais motivos estão em jogo – Foto: arquivo nosso.

Uma virada que muda muito mais do que o Norte e o Sul

A nova representação cartográfica quebra uma tradição de séculos, mas não rompe com a realidade. Afinal, não há uma regra científica que determine qual parte do globo deve ficar em cima. A ideia de que o Norte está no topo é apenas uma convenção, adotada historicamente por influência eurocêntrica.

Mapas com o Norte em cima remontam a Ptolomeu, astrônomo do século II. Depois, cartógrafos europeus como Mercator e Waldseemüller consolidaram esse modelo, que se espalhou pelo mundo — e que reforçou, visualmente, a centralidade do hemisfério Norte e dos países ricos. Mas isso está mudando.

Segundo o IBGE, ao colocar o Sul no topo, o novo mapa “espelha o reposicionamento geopolítico das nações em desenvolvimento, especialmente do Brasil”. Não se trata de erro, mas de uma escolha deliberada. E sim, válida.

Brasil no centro — e agora no topo

Não é a primeira vez que o IBGE mexe nos paradigmas do mapa. Em 2023, o instituto já havia reposicionado o Brasil no centro do mundo em uma versão alternativa do mapa-múndi. Agora, a inversão do eixo Norte-Sul amplia essa narrativa e reforça o protagonismo do país no cenário global.

E não é apenas discurso. O Brasil hoje preside o BRICS, comanda o Mercosul, sediará a COP 30 e será anfitrião do Triplo Fórum Internacional da Governança do Sul Global, que acontece em junho, em Fortaleza.

O evento reunirá lideranças internacionais para discutir inovação, sustentabilidade e desenvolvimento social. A escolha de lançar o novo mapa às vésperas do fórum é estratégica: é o mapa de um país que quer liderar o Sul Global, e não apenas “fazer parte”.

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Reações divididas e mapa já disponível

Como era de se esperar, a nova representação gerou reações intensas. Nas redes sociais, muitos usuários elogiaram a iniciativa, dizendo que o Brasil finalmente está “assumindo seu lugar”. Mas outros criticaram, alegando que o mapa está “de cabeça para baixo” ou que a mudança “confunde”.

O IBGE se antecipou às críticas. Em nota técnica, afirmou que “o Norte no alto do mapa é apenas uma tradição gráfica, não uma verdade absoluta”.

Segundo o instituto, culturas orientais, africanas e indígenas já produziram mapas com outras orientações — inclusive com o Leste no topo.

O novo mapa já está à venda na loja oficial do IBGE e na sede da Casa Brasil, no Rio de Janeiro. A versão impressa traz o Brasil em destaque, no topo, ladeado por seus vizinhos latino-americanos. É uma inversão visual que mexe com a lógica e, principalmente, com o imaginário.

A principal notícia: por que isso importa?

A reviravolta no mapa não é apenas estética. É um gesto político, geográfico e simbólico que convida o mundo a repensar suas perspectivas.

O mapa com o Sul no topo pode parecer estranho à primeira vista, mas serve para lembrar que os mapas são construções culturais — e que quem define o “alto” ou o “centro” do mundo carrega também um poder simbólico.

Ao virar o mapa, o IBGE faz mais do que uma provocação: abre espaço para que o Brasil e outros países do Sul Global sejam vistos — literalmente — de uma nova forma.

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E, se depender do novo posicionamento internacional brasileiro, essa não será a última vez que veremos o mundo sob outro ângulo.

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