Leva ATÉ 8 ANOS para esquecer um amor? Estudo revela tempo médio para superar ex
Falar sobre o fim de um relacionamento é como tocar em uma ferida que todo mundo já teve. Algumas pessoas conseguem seguir em frente rapidamente, enquanto outras levam anos para desapegar emocionalmente de alguém que fez parte da sua vida.
Mas afinal, existe um tempo médio para esquecer um ex de verdade? Pesquisadores da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, se dedicaram a entender esse processo — e os resultados mostram que o apego não vai embora tão rápido quanto se imagina.
Publicada na revista Social Psychological and Personality Science, a pesquisa analisou dados de centenas de adultos e trouxe uma perspectiva interessante sobre como o tempo realmente age no coração das pessoas — e o que pode atrapalhar ou acelerar esse processo.

Esquecer alguém leva mais tempo do que você pensa
O estudo contou com 328 adultos que tinham vivido relacionamentos de, no mínimo, dois anos. Todos estavam separados há algum tempo e seus ex-parceiros ainda estavam vivos. A média de idade dos participantes era de 30 anos, com uma maioria feminina entre os voluntários.
O tempo médio de relacionamento foi de 4,6 anos, e os términos haviam acontecido cerca de cinco anos antes da pesquisa. Para medir o nível de apego emocional, os cientistas aplicaram questionários que comparavam os sentimentos dos participantes em relação ao ex e a pessoas desconhecidas.
O resultado foi surpreendente: embora a maioria eventualmente supere o ex, o desligamento emocional começa a acontecer, em média, somente após 4,18 anos. E o processo completo pode levar até oito anos para se consolidar totalmente.
Ou seja, o “tempo cura tudo”, como dizem por aí, mas talvez demore bem mais do que se gostaria. Ainda assim, a ciência confirma: esse desligamento acontece — mesmo que em ritmo lento e silencioso.
Fatores que dificultam (ou ajudam) a seguir em frente
A pesquisa mostrou que não existe uma fórmula exata para esquecer alguém. Cada pessoa reage de forma diferente ao término e o tempo de recuperação varia bastante. Algumas conseguem se desapegar em poucos anos, enquanto outras mantêm laços afetivos mesmo depois de uma década.
Curiosamente, o gênero ou o fato de começar um novo relacionamento não foram fatores determinantes para superar o ex. O que realmente faz diferença é a frequência de contato após o término — quanto mais presente o ex permanece na rotina, mais difícil é se desvincular emocionalmente.
Outro fator importante analisado foi a presença de filhos. No início, ter filhos pode fortalecer o laço, dificultando o desligamento. Porém, ao longo do tempo, casais que compartilham a criação de filhos tendem a superar o apego com mais facilidade do que aqueles sem filhos em comum.
A conclusão é clara: o processo de superação é profundamente pessoal, e o tempo é apenas um dos elementos envolvidos. O modo como se lida com as lembranças, os encontros ocasionais e os laços que permanecem também têm grande influência.
Quando o passado insiste em ficar: como lidar com o apego prolongado
Mesmo sabendo que o tempo ajuda, muitas pessoas se sentem frustradas ao perceber que, anos depois, ainda pensam no ex com frequência. Esse apego prolongado pode ser doloroso, mas não significa fraqueza — apenas que o vínculo foi mais profundo do que se imaginava.
Em alguns casos, buscar apoio psicológico pode ajudar a entender os sentimentos e acelerar o processo de desligamento. Terapias que trabalham a ressignificação da relação, como a terapia cognitivo-comportamental, têm mostrado resultados positivos nesse aspecto.
Além disso, mudar a rotina, explorar novos interesses e fortalecer os vínculos com amigos e familiares são atitudes que contribuem para reorientar o foco emocional. Quanto mais você se reconecta com quem você é fora daquela relação, mais fácil é seguir em frente.
Por fim, é importante lembrar: não existe um prazo fixo para superar um ex. Cada pessoa carrega sua própria história e seus próprios tempos. O que importa, no fim das contas, é caminhar no seu ritmo — e ter paciência com o coração.