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Pare de dizer ‘POR FAVOR’ ao ChatGPT – o motivo vai te chocar!

Você provavelmente aprendeu desde pequeno que dizer “por favor” é sinal de educação. E é mesmo. Mas e se esse simples gesto de cortesia estivesse custando milhões de dólares? A afirmação parece exagerada à primeira vista, mas foi exatamente isso que Sam Altman, CEO da OpenAI, sugeriu em uma declaração recente que deixou a internet em polvorosa.

Tudo começou com uma pergunta feita em tom de brincadeira nas redes sociais: quanto a OpenAI estaria gastando por conta de usuários que insistem em serem educados com a inteligência artificial? Altman não só respondeu como revelou um dado inesperado – e um tanto quanto preocupante.

A partir daí, o assunto ganhou força e chamou atenção para um tema ainda pouco discutido: o custo energético e financeiro por trás de cada interação com modelos como o ChatGPT. E sim, até mesmo aquele “por favor” inofensivo entra na conta.

Não diga mais “por favor” ao ChatGPT | Imagem de Markus Winkler por Pixabay

A IA pode ser educada, mas não é de graça

Engana-se quem pensa que conversar com uma inteligência artificial não gera impacto real. De acordo com o instituto Epoch AI, cada vez que alguém interage com o modelo GPT-4o, a média de consumo energético é de 0,3 watt-hora.

Parece pouco? Talvez isoladamente. Mas quando multiplicado por bilhões de interações diárias ao redor do mundo, o resultado se torna gigantesco.

Essa redução de consumo só foi possível graças ao avanço das tecnologias utilizadas, como as GPUs NVIDIA H100, que melhoraram significativamente a eficiência do sistema.

Ainda assim, os custos não deixam de ser expressivos, especialmente quando consideramos a escalada do uso da IA em setores diversos, como saúde, educação e até entretenimento.

E o que poucos sabem é que, além da energia para gerar as respostas, é necessário um sistema robusto de resfriamento dos data centers. Em outras palavras, manter a IA funcionando exige recursos além da computação – exige água, energia e, claro, muito investimento.

Portanto, por mais simpático que pareça ser com a IA, é bom lembrar que cada frase, cada palavra e até cada gentileza digital têm um custo. Literalmente.

A conta chega – e não é pequena

Segundo estimativas da SemiAnalysis, manter o ChatGPT operando diariamente custa cerca de US$ 700 mil. Esse valor inclui tudo: desde a manutenção da infraestrutura computacional até o resfriamento dos data centers e os custos ambientais associados a isso.

Um dado curioso e alarmante, revelado em um estudo do The Washington Post, é que cada resposta gerada pelo modelo pode consumir o equivalente a uma garrafa de água apenas para resfriamento. E quanto mais complexa for a pergunta ou a resposta, mais energia e água são necessárias.

Além disso, o treinamento de modelos como o GPT-4o chega a demandar entre 20 e 25 megawatts durante três meses. Para se ter uma ideia, isso seria suficiente para abastecer centenas de residências por um longo período.

Essa realidade acende um alerta sobre o impacto ambiental da inteligência artificial, especialmente à medida que mais empresas e usuários adotam a tecnologia de forma massiva no dia a dia.

Ser educado com a IA vale a pena?

Apesar dos custos elevados, há quem defenda com veemência o uso de uma linguagem cordial com as inteligências artificiais. E isso não é só uma questão de bons modos. Pesquisas da Microsoft mostram que o tom das instruções influencia diretamente a qualidade das respostas geradas pelos modelos.

Ou seja, ser educado pode sim fazer com que a IA responda de forma mais clara, amigável e eficiente. Mas como tudo na vida, há um equilíbrio a ser encontrado: gentileza demais pode pesar no bolso – ou no servidor.

A discussão não gira apenas em torno de economia financeira. Trata-se também de sustentabilidade. Em um mundo cada vez mais preocupado com os impactos ambientais, repensar a forma como usamos a tecnologia se torna essencial.

Portanto, da próxima vez que for conversar com o ChatGPT, talvez valha considerar se aquele “por favor” é realmente necessário – ou se a IA já entendeu a sua gentileza, mesmo sem ela.

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