Brasileiros poderão ter carros elétricos por PREÇO DE POPULAR? Entenda!
O Brasil já conta com mais de 374 mil veículos elétricos circulando pelas ruas em 2024, segundo dados da Neocharge. Isso mostra que o país está acompanhando uma tendência global, com mais consumidores interessados em alternativas sustentáveis e menos poluentes.
No entanto, esse avanço ainda encontra alguns obstáculos importantes. Um dos principais é a baixa quantidade de pontos de recarga, o que gera incerteza para motoristas que dependem da autonomia para se locomover em segurança e sem imprevistos.
Além disso, o preço elevado dos modelos continua sendo um fator decisivo. Mesmo com reduções nos últimos anos, os carros elétricos ainda estão fora da realidade da maioria dos brasileiros — e isso atrasa a popularização do segmento.

Preço e bateria ainda são os maiores desafios
Entre todos os componentes de um carro elétrico, a bateria é a que mais encarece o produto final. Isso acontece porque a tecnologia atual, apesar de eficiente, ainda é cara de produzir — especialmente quando se busca equilíbrio entre durabilidade, segurança e desempenho.
O resultado disso é um preço final que, por muitos anos, foi inacessível para a maioria da população. Mesmo os modelos mais simples podiam ultrapassar os R$ 300 mil, o que limitava o alcance desse mercado a uma parcela muito pequena dos consumidores.
Atualmente, com avanços tecnológicos e maior concorrência, alguns modelos já aparecem por valores em torno de R$ 100 mil. Ainda é alto, mas mostra que há um movimento de redução de preços acontecendo, ainda que em ritmo lento.
O que falta, segundo especialistas, é uma solução definitiva para as baterias. Novos projetos estão sendo desenvolvidos globalmente em busca de materiais mais baratos e eficientes, que possam reduzir significativamente o custo sem comprometer a qualidade.
A expectativa é que o preço caia, mas sem data definida
Especialistas brasileiros, como Roberto Marx, da Escola Politécnica da USP, apontam que é natural esperar uma queda nos preços dos carros elétricos com o tempo. No entanto, ele destaca que ainda não há como prever exatamente quando isso vai acontecer de forma consistente.
Fabio Delatorre, professor do Instituto Mauá de Tecnologia, reforça essa visão e observa que já existem sinais de acessibilidade maior. Ele cita, por exemplo, a redução de preços em modelos mais básicos, que passaram de R$ 300 mil para cerca de R$ 100 mil nos últimos anos.
Mesmo com essa melhora, o valor ainda é considerado alto quando comparado aos carros a combustão, especialmente nos modelos populares que custam bem menos. Isso dificulta o acesso à tecnologia elétrica para grande parte da população.
A mudança, portanto, deve ser gradual e dependerá tanto do avanço tecnológico quanto do aumento da produção em larga escala, o que permitiria diluir os custos e tornar os elétricos mais competitivos no mercado.
Incentivos e políticas públicas são essenciais para acelerar a transição
Se o Brasil quiser acelerar a adoção dos carros elétricos, terá que seguir exemplos internacionais. Nos Estados Unidos, por exemplo, o crescimento do setor foi impulsionado por incentivos fiscais, descontos diretos e facilidades para quem opta por veículos não poluentes.
No Japão, os chamados kei cars — carros compactos e acessíveis — se popularizaram com apoio de benefícios fiscais, acesso facilitado a certas áreas urbanas e regulamentações que incentivam o uso de modelos menores e mais econômicos.
Esses casos mostram que políticas públicas bem desenhadas podem influenciar diretamente a decisão de compra dos consumidores. Sem esse tipo de incentivo, o mercado tende a crescer mais lentamente e continuar concentrado em faixas de renda mais altas.
Para especialistas, o Brasil precisa investir em infraestrutura de recarga, reduzir impostos sobre veículos elétricos e fomentar a produção nacional de componentes, especialmente baterias. Isso criaria um ambiente mais favorável à mobilidade elétrica no país.