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Você pode ser hipertenso e não saber – novos parâmetros colocam mais gente em risco

Um pequeno ajuste, mas com grande impacto na saúde pública. Essa é a proposta da nova diretriz divulgada por especialistas em cardiologia na Argentina, que redefine o valor considerado seguro para a pressão arterial em adultos. A ideia é clara: agir antes que os danos aconteçam.

Até pouco tempo, o famoso “14 por 9” era visto como aceitável. Mas novas evidências científicas mostraram que esse nível ainda carrega riscos importantes. A partir de agora, o ideal é manter a pressão abaixo de 13 por 8 — uma mudança que pode salvar milhares de vidas.

A atualização, fruto de consenso entre diversas entidades médicas, busca combater um dos problemas mais silenciosos e letais da atualidade: a hipertensão arterial. Entenda, a seguir, o que muda na prática e por que esse novo padrão pode revolucionar a prevenção de doenças cardíacas.

Novos parâmetros para saber se alguém é hipertenso | imagem por pixabay

O novo padrão que redefine o que é “pressão alta”

Durante décadas, médicos usaram 14 por 9 (140/90 mmHg) como limite para diagnosticar hipertensão. Mas, segundo os especialistas, esse valor já não é considerado seguro diante das novas evidências clínicas e epidemiológicas.

Agora, o novo parâmetro recomendado é 13 por 8 (130/80 mmHg). Embora pareça uma diferença pequena, ela representa uma redução significativa no risco de complicações como infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC).

Estudos indicam que, ao adotar esse novo limite, é possível evitar até 15% dos casos de infarto e 18% dos casos de AVC. É uma estratégia de prevenção que visa reduzir danos antes que eles ocorram.

A mudança também reforça a necessidade de vigilância constante. Afinal, a hipertensão é sorrateira: na maioria das vezes, não apresenta sintomas claros, o que dificulta o diagnóstico precoce e o início do tratamento adequado.

Hipertensão: uma ameaça silenciosa e pouco diagnosticada

Hoje, estima-se que apenas 4 em cada 10 pessoas com hipertensão saibam que têm o problema. Entre os diagnosticados, uma parte ainda não trata a doença da forma correta, seja por falta de acesso a medicamentos, falta de informação ou baixa adesão ao tratamento.

Essa negligência tem consequências graves. A hipertensão não controlada está diretamente associada a falência renal, AVCs, infartos e outras doenças cardiovasculares que encurtam a vida de forma brutal e evitável.

O novo limite vem como um alerta: mesmo valores considerados “normais” até pouco tempo atrás já podem trazer prejuízos à saúde cardiovascular. A ideia é antecipar os cuidados, não reagir apenas quando os sintomas aparecem.

Com esse ajuste, médicos ganham uma ferramenta mais precisa para intervir cedo. E os pacientes, por sua vez, são incentivados a levar mais a sério o monitoramento da pressão arterial — algo simples, mas que pode fazer toda a diferença.

Prevenção e novos hábitos: a chave para controlar a pressão

Adotar um estilo de vida mais saudável continua sendo a principal arma contra a hipertensão. A nova diretriz reforça a importância de cuidar da alimentação, reduzindo o consumo de sal, frituras e alimentos ultraprocessados.

Praticar atividades físicas regulares, abandonar o cigarro e controlar o estresse são atitudes essenciais que ajudam a manter a pressão nos níveis ideais. E, claro, fazer medições frequentes, inclusive em consultas de rotina, é indispensável.

Para quem já tem diagnóstico, seguir corretamente o tratamento indicado pelo médico é fundamental. Muitas vezes, uma simples medicação aliada a mudanças no estilo de vida já é suficiente para controlar a condição.

Com a nova meta de 13 por 8, o desafio aumenta, mas os benefícios também. Quanto mais cedo a hipertensão for detectada e tratada, maiores são as chances de evitar doenças graves e garantir uma vida mais longa e saudável.

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