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Descoberta revela quase 30 plantas que sobrevivem ao calor extremo no Brasil

A natureza sempre surpreende, mas o que pesquisadores brasileiros encontraram recentemente em uma região pouco explorada do Espírito Santo vai além do esperado. Imagine um ambiente quase inóspito, marcado por calor intenso, solo raso e escassez de água — condições que pareceriam impossíveis para muitas espécies.

No entanto, ali, em formações rochosas chamadas inselbergs, vive uma flora surpreendente, adaptada ao limite do que a vida pode suportar.

Essas plantas não são apenas resistentes, mas desenvolveram mecanismos especiais para sobreviver e até prosperar em meio a um ambiente severo, onde o sol castiga e a água é escassa.

O que elas representam para a biodiversidade local, para o combate às mudanças climáticas e para a recuperação de áreas degradadas é algo que poucos imaginavam, mas que agora começa a ser revelado.

Mas a importância dessa descoberta vai muito além da simples catalogação: ela aponta para um futuro onde essas espécies podem ser protagonistas em projetos ambientais, em estratégias de conservação e em ações contra o aquecimento global.

Afinal, quem diria que sobreviventes tão resistentes poderiam ser chaves para a sustentabilidade?

Verdadeiras sobreviventes! Essas plantas aguentam altíssimas temperaturas e adoram o Brasil por causa disso; veja mais sobre o assunto.
Verdadeiras sobreviventes! Essas plantas aguentam altíssimas temperaturas e adoram o Brasil por causa disso; veja mais sobre o assunto – Foto: arquivo/ Pixabay.

Quase 30 espécies resistentes ao calor que desafiam a ciência

O estudo pioneiro, conduzido por um grupo de pesquisadores brasileiros e divulgado recentemente, mapeou 26 espécies vegetais que habitam os inselbergs do Espírito Santo.

Essas formações são conhecidas pelo solo superficial, exposição solar intensa e pouquíssima disponibilidade de água — um verdadeiro teste para qualquer organismo vivo.

Entre elas, destacam-se duas espécies endêmicas e ameaçadas: a paineira-das-pedras (Pseudobombax petropolitanum) e a Wunderlichia azulensis, da família dos girassóis.

Essas plantas possuem adaptações impressionantes, como raízes capazes de reter água por longos períodos e folhas que caem na seca para evitar a perda hídrica.

Mas não é só isso. A pesquisa mostrou que essas espécies armazenam entre 14 e 48 toneladas de carbono por hectare, um valor equivalente ao de florestas próximas mais densas.

Isso revela que, mesmo em condições extremas, essas plantas cumprem um papel crucial no sequestro de carbono — um ponto-chave na luta contra as mudanças climáticas.

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Restauração ambiental: plantas resistentes como aliadas estratégicas

O potencial dessas espécies vai muito além da resistência. Elas podem ser usadas para recuperar áreas degradadas pela mineração, uma atividade muito comum na região e que gera impactos significativos no solo e na biodiversidade local.

Dayvid Couto, pesquisador do Instituto Nacional da Mata Atlântica (INMA), ressalta que a paineira-das-pedras, por exemplo, pode alcançar até 16 metros de altura mesmo crescendo sobre rochas.

Mas, embora sua longevidade seja notável, ainda é preciso entender melhor o crescimento e o papel da biomassa subterrânea para medir com precisão seu potencial de captura de carbono.

Além disso, o levantamento identificou 17 espécies nunca antes registradas nos inselbergs estudados, o que mostra o quanto ainda há para descobrir e proteger nesses ecossistemas.

Contudo, restaurar essa complexidade ecológica depois dos distúrbios humanos é um enorme desafio que exige mais investimentos em pesquisa e conservação.

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O desafio da conservação e o futuro das políticas ambientais no Brasil

Por mais que essa descoberta seja promissora, ela também evidencia uma grande lacuna na proteção e gestão dos inselbergs e suas espécies únicas. Atualmente, esses ambientes enfrentam ameaças constantes e ainda não são plenamente integrados às políticas públicas de conservação ambiental.

Mas o estudo serve como um alerta: incorporar os inselbergs às estratégias de preservação e usar o conhecimento sobre essas plantas resistentes pode transformar práticas industriais, como a exploração de rochas ornamentais, tornando-as mais sustentáveis.

Mais do que nunca, investir em pesquisa, monitoramento e conservação é urgente para garantir que essas espécies — que sobrevivem ao extremo — possam continuar contribuindo para o equilíbrio ecológico e climático do país.

E para o Brasil, país com uma das maiores biodiversidades do mundo, entender e valorizar esses ecossistemas é também uma questão de responsabilidade global.

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