Brasil muda nome do queijo gorgonzola, mas sabor seguirá intacto
O queijo gorgonzola, um dos mais tradicionais e apreciados em mesas brasileiras, está prestes a passar por uma mudança significativa — mas calma, o sabor que você conhece e ama continuará o mesmo.
A novidade está no nome: por força de um acordo internacional entre Mercosul e União Europeia, o queijo produzido no Brasil deverá ser comercializado como “queijo azul”.
Essa alteração, embora possa parecer apenas uma questão de nomenclatura, traz impactos jurídicos, comerciais e culturais que vão muito além do que se imagina.
O que pode parecer uma simples mudança de rótulo tem gerado debates entre produtores, comerciantes e consumidores, justamente porque o termo “gorgonzola” carrega uma tradição e um reconhecimento consolidado.
Mas, por outro lado, essa nova regra é um reflexo da crescente valorização das indicações geográficas — mecanismos que protegem nomes de produtos ligados a regiões específicas, evitando a apropriação indevida e garantindo qualidade e autenticidade para consumidores do mundo inteiro.
Ainda assim, muitas dúvidas surgem no caminho, e não é para menos: o que muda de fato? Como isso afeta o mercado brasileiro? E o que isso significa para quem adora o queijo que já faz parte da cultura nacional? Continue lendo para entender os detalhes dessa mudança e o que esperar daqui para frente.

A nova lei que muda o nome do queijo gorgonzola no Brasil
A decisão de renomear o queijo gorgonzola brasileiro como “queijo azul” vem diretamente de um acordo entre Mercosul e União Europeia, que visa proteger as chamadas Indicações Geográficas (IGs).
Essas IGs garantem que apenas produtos fabricados em uma determinada região e seguindo métodos específicos possam usar certos nomes — como o Champagne, que só pode ser assim chamado se produzido na França.
No caso do gorgonzola, o nome fica restrito às produções feitas no norte da Itália que atendam aos critérios do selo europeu de denominação de origem.
Por isso, os queijos fabricados no Brasil, que não se enquadram nesse padrão, deverão adotar uma nomenclatura genérica e mais ampla: o “queijo azul”.
Mas isso não quer dizer que o produto nacional perderá suas características. Pelo contrário: o queijo brasileiro, embora não mais chamado gorgonzola, seguirá sendo produzido com os mesmos processos e com o mesmo padrão de qualidade.
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O que muda é apenas o nome nas embalagens, cardápios e na comunicação para o consumidor.
Impactos no mercado brasileiro e reações dos produtores
A exigência de alterar o nome do queijo gorgonzola nacional tem impacto direto em diversos setores. Indústrias, produtores e restaurantes já começaram a adaptar suas embalagens e menus para o termo “queijo azul”, evitando problemas legais e buscando se adequar às novas regras comerciais.
Mas nem todos enxergam essa mudança como negativa. Pequenos produtores brasileiros, por exemplo, veem uma oportunidade de destacar as particularidades de suas versões regionais de queijos azuis.
Em vez de competir com o nome tradicional italiano, eles podem investir na valorização das características locais e criar identidade própria.
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Além disso, a proteção conferida pelas indicações geográficas também favorece outros queijos brasileiros com selo de origem, como o Canastra e o Serro, que têm conquistado reconhecimento internacional. Isso sugere que, apesar das adaptações forçadas, o cenário pode se tornar mais justo e equilibrado para todos os players envolvidos.
O que os consumidores precisam saber sobre o “novo” queijo azul
Para o público que consome o tradicional gorgonzola brasileiro, a principal preocupação está na experiência sensorial. Será que o queijo continuará com o mesmo sabor, aroma e textura?
A resposta é sim. A mudança de nome não altera o processo de fabricação, que segue os mesmos padrões, garantindo a manutenção da qualidade.
Mas é natural que essa adaptação inicial cause estranhamento. Muitos consumidores podem ter dúvidas sobre o produto “novo” no mercado, o que exige um esforço de comunicação das marcas para explicar que o que mudou foi apenas o nome, e não o conteúdo da embalagem.
Por fim, essa transição reforça a importância do respeito às tradições, mas também à inovação e à valorização da produção local, que pode ganhar espaço no mercado nacional e internacional com o “queijo azul” brasileiro.
O fim do uso do nome “gorgonzola” para o queijo produzido no Brasil marca um capítulo importante na relação entre comércio internacional, proteção de indicações geográficas e valorização cultural.
Mas, embora a nomenclatura mude, o sabor, a qualidade e o orgulho dos brasileiros que produzem e consomem esse queijo permanecem intactos. É o nome que se transforma — e não a essência desse ícone gastronômico que conquistou o paladar do país.