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As melhores formas de transferir bens e evitar conflitos familiares

O tema da transferência de bens e patrimônios é delicado, mas fundamental para garantir segurança financeira e evitar desgastes familiares. Embora envolva questões emocionais e jurídicas complexas, planejar esse processo de forma eficiente pode poupar muita dor de cabeça no futuro.

Com as recentes mudanças na reforma tributária e discussões importantes no Supremo Tribunal Federal (STF), a atenção sobre o assunto cresceu, mas ainda gera muitas dúvidas entre os brasileiros.

Muitos desconhecem que não existe uma única forma correta de transferir bens — pelo contrário, as opções variam de acordo com o perfil do patrimônio, dos beneficiários e dos objetivos do titular.

Mas a falta de planejamento adequado pode gerar atrasos, custos elevados e até mesmo disputas judiciais que poderiam ser evitadas.

Além disso, o peso dos impostos, a burocracia do inventário e as obrigações fiscais posteriores são pontos que demandam cuidados especiais.

Por isso, entender as melhores alternativas para transferir patrimônios de modo seguro e eficiente é essencial para quem deseja proteger seu legado e preservar o convívio familiar.

Precisa fazer a transferências de bens e não sabe como conseguir isso de um modo seguro e preciso; entenda o que fazer corretamente.
Precisa fazer a transferências de bens e não sabe como conseguir isso de um modo seguro e preciso; entenda o que fazer corretamente – Foto: arquivo nosso.

Como transferir bens sem complicações: as melhores estratégias

Entre as formas mais utilizadas para a transferência de bens, a previdência privada e o seguro de vida ganham destaque. Isso porque ambos apresentam vantagens tributárias importantes, como a isenção do ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação), e não exigem a realização do inventário.

Mas a previdência privada, apesar de facilitar o repasse direto aos beneficiários, requer planejamento desde cedo, com escolha de planos adequados que combinem valores e cobertura.

Já o seguro de vida pode ser contratado em duas modalidades principais: o convencional anual, que não garante renovação vitalícia, e o seguro para vida inteira, que oferece cobertura por toda a vida, embora seja mais caro.

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Esses instrumentos financeiros oferecem liquidez imediata à família, o que é crucial para manter a estabilidade financeira nos momentos difíceis, enquanto o inventário é concluído.

E, por mais que sejam formas relativamente simples de transferência, é importante que sejam alinhadas com um planejamento sucessório que considere todas as particularidades familiares.

Testamento e doação com usufruto: flexibilidades para proteger seu patrimônio

O testamento continua sendo uma ferramenta essencial para quem deseja definir com clareza o destino de até 50% do seu patrimônio — a chamada parte disponível.

O restante, conhecido como parte legítima, segue rigorosamente a lei e é destinado aos herdeiros legais, como filhos e cônjuges.

Mas a grande vantagem do testamento está na possibilidade de designar bens específicos para pessoas determinadas, evitando conflitos futuros.

Além disso, o testamento pode incluir regras especiais, como a multipropriedade, que divide o uso do imóvel em períodos para herdeiros distintos, uma alternativa para administrar bens de forma compartilhada e organizada.

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Outra ferramenta cada vez mais utilizada é a doação com reserva de usufruto. Nessa modalidade, o doador transfere a propriedade do bem, mas mantém o direito de uso e a percepção dos rendimentos — o que permite uma redução do impacto fiscal da reforma tributária, já que as alíquotas do ITCMD agora são progressivas, chegando a até 8%.

Vale destacar que uma proposta de atualização do Código Civil está em discussão para permitir o testamento conjuntivo, documento que reuniria a vontade de duas ou mais pessoas para o pós-morte — algo ainda proibido no Brasil, mas que pode facilitar o planejamento sucessório em casais e familiares próximos.

Obrigações fiscais e cuidados para não errar na hora da partilha

Por mais que a herança envolva sentimentos e questões jurídicas, o aspecto fiscal não pode ser negligenciado. A falta de conhecimento sobre o que declarar à Receita Federal e o momento correto de fazê-lo é uma das principais fontes de problemas para herdeiros.

É importante saber que a existência de testamento não altera as obrigações fiscais. A forma como os bens são repartidos pode variar, mas o tratamento tributário permanece o mesmo para todos os herdeiros.

Além disso, o processo de inventário — obrigatório para formalizar a transferência dos bens — pode envolver custos consideráveis, como impostos, taxas e honorários advocatícios, o que torna ainda mais urgente a adoção de estratégias para facilitar a sucessão.

Diante desse cenário, o ideal é buscar auxílio de profissionais especializados, como advogados e consultores financeiros, para montar um planejamento sucessório personalizado, que minimize riscos, reduza custos e preserve os interesses de todos os envolvidos.

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