Um surto de gripe aviária registrado em Montenegro, na região metropolitana de Porto Alegre (RS), causou a morte de mais de 17 mil aves em uma única granja. A situação provocou um estado de alerta nas autoridades sanitárias e reforçou os protocolos de controle da doença no estado.
A área no entorno da propriedade, em um raio de 10 km, foi isolada para investigação. Técnicos estão avaliando se há relação entre o foco da doença e outras granjas próximas, numa tentativa de conter o avanço da contaminação entre os plantéis.
Apesar da gravidade para o setor produtivo, os especialistas reforçam que não há riscos para o consumidor. O consumo de carnes de frango e ovos segue seguro e liberado, segundo os órgãos de saúde e fiscalização agropecuária.
Zoológico suspende visitas após morte de 90 aves aquáticas
Além do caso na granja, o Zoológico de Sapucaia do Sul, também na região metropolitana de Porto Alegre, registrou um número expressivo de mortes entre aves aquáticas. Inicialmente foram reportadas 38 mortes, mas o número saltou para 90 cisnes e patos.
O governo estadual anunciou a suspensão da visitação ao local por tempo indeterminado. Apesar disso, os trabalhos de atendimento interno aos demais animais continuam normalmente, com reforço nos protocolos de biossegurança.
Amostras das aves mortas estão sendo analisadas para confirmar a presença do vírus da gripe aviária. A medida é fundamental para entender se há conexão entre os focos da doença na região.
As autoridades afirmam que as medidas adotadas são preventivas e seguem os padrões internacionais de contenção de surtos zoonóticos. A prioridade é proteger a fauna e impedir que o vírus se espalhe ainda mais.
Consumo de carne e ovos continua seguro, dizem especialistas
Mesmo diante do surto, a população pode ficar tranquila: não há risco para a saúde humana no consumo de carne de frango ou ovos. A informação foi reforçada por José Cleber Dias de Souza, superintendente de Agricultura e Pecuária do RS.
Segundo ele, não há qualquer comprovação científica de que o contato de trabalhadores com aves infectadas possa resultar em transmissão da gripe aviária para outras pessoas. Ainda assim, os cuidados nos aviários seguem rigorosos.
O foco das ações agora está no monitoramento e rastreamento de possíveis novos focos. A vigilância é essencial para preservar a segurança sanitária do estado, que é um dos maiores produtores avícolas do país.
A população pode seguir consumindo produtos avícolas normalmente, desde que sejam devidamente cozidos. A recomendação permanece a de sempre: atenção à procedência e ao preparo adequado.
Estado investiga ligação entre granjas e reforça medidas
Com o isolamento da área ao redor da granja em Montenegro, técnicos estão realizando inspeções em todas as propriedades da região. A meta é evitar que o vírus se alastre para outras aves domésticas ou silvestres.
José Eduardo dos Santos, presidente da Asgav/Sipargs, afirmou que todas as propriedades da cidade estão sendo averiguadas e que a situação exige total vigilância. O foco é romper a cadeia de transmissão o mais rápido possível.
A gripe aviária representa um risco sério para a avicultura, podendo gerar grandes prejuízos econômicos. Por isso, medidas como a suspensão de visitas, controle de entrada em granjas e análises laboratoriais são aplicadas com rigor.
O cenário ainda é de controle, segundo o governo estadual, mas exige atenção redobrada. A cooperação entre órgãos públicos e produtores é vista como essencial para impedir que o problema atinja proporções maiores.
