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Gripe aviária vai fazer ovo e frango DISPARAREM? Entenda o risco!

O primeiro caso de gripe aviária registrado em uma granja comercial no Brasil causou mais do que preocupação sanitária. O mercado já começa a reagir com receio dos impactos econômicos, especialmente sobre o preço de duas das proteínas mais consumidas no país: o frango e os ovos.

Segundo especialistas, o comportamento do mercado dependerá da forma como o surto será controlado. A extensão geográfica do problema e a agilidade das autoridades serão determinantes para definir o impacto nos preços.

Por ora, tudo está em aberto. Mas o cenário já é suficiente para acionar alertas em produtores, consumidores e economistas — e levantar a pergunta que não quer calar: os alimentos básicos do brasileiro vão ficar ainda mais caros?

Saiba os riscos da gripe aviária | Imagem de Anders Mejlvang por Pixabay

Dois cenários possíveis para o preço das aves

André Braz, coordenador dos índices de preços do FGV Ibre, avalia a situação com cautela, mas aponta dois cenários distintos. No primeiro, as exportações são reduzidas por conta do bloqueio de países importadores, como já anunciaram China, União Europeia, Uruguai, Argentina e Chile.

Se isso acontecer, a produção nacional, que continuaria abastecendo o mercado interno, poderia provocar uma queda temporária nos preços. Com mais frango e ovos disponíveis no Brasil, o consumidor teria uma folga no bolso.

“O aumento da oferta pode, sim, conter os preços”, afirma Braz. “Se a doença for controlada e as aves saudáveis forem mantidas no país, o impacto pode ser positivo para o consumidor, pelo menos no curto prazo.”

No entanto, essa realidade depende de uma resposta rápida e eficaz das autoridades sanitárias. Qualquer atraso no controle do surto pode reverter esse cenário, trazendo consequências mais graves.

O risco de recuo na produção e nova pressão de preços

O segundo cenário considerado por Braz é mais preocupante. Se os produtores perceberem que os preços não cobrem os custos de produção, podem reduzir drasticamente a oferta de frangos e ovos no mercado.

“A tendência natural do setor é ajustar a produção diante de um desequilíbrio de mercado”, explica. Com menos aves sendo produzidas, a oferta cai, e o preço, inevitavelmente, sobe — principalmente em um momento em que outras proteínas, como a carne bovina, também estão mais caras.

Essa pressão inflacionária sobre proteínas populares pode afetar diretamente o consumo das classes mais baixas. “Frango e ovo são essenciais na mesa do brasileiro. Se encarecem ainda mais, a situação complica”, alerta o economista.

A questão não é apenas econômica, mas social: proteínas de menor custo são fundamentais para a segurança alimentar. Se elas se tornam inacessíveis, o impacto é sentido de forma ampla e profunda.

O que aprendemos com a crise nos Estados Unidos

A experiência recente dos Estados Unidos serve como alerta. Desde 2022, a gripe aviária já causou a morte de mais de 170 milhões de aves em solo americano, afetando quase 800 granjas comerciais.

O resultado foi um aumento vertiginoso nos preços dos ovos, que bateu recordes históricos. A escassez forçou consumidores a buscarem alternativas e pressionou o mercado de proteínas em toda a cadeia alimentar.

Ainda que os números estejam diminuindo nos EUA — com apenas três focos confirmados em abril contra 59 em fevereiro —, o impacto da crise demorou a ser revertido. Isso mostra que surtos como esse deixam marcas duradouras.

O Brasil, sendo um dos maiores exportadores de frango do mundo, precisa aprender com esses dados. A contenção rápida do surto pode evitar prejuízos econômicos e garantir a estabilidade alimentar de milhões de brasileiros.

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