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Canela pode ANULAR seu remédio? O perigo que nem seu médico sabe!

Quem nunca adicionou uma pitada de canela no café da manhã ou em uma sobremesa? A especiaria, além de saborosa, é famosa por seus possíveis benefícios à saúde, como auxiliar no controle da glicemia e possuir ação anti-inflamatória. Mas, por trás do aroma marcante, um novo alerta vem ganhando destaque na comunidade científica.

Um estudo recente da revista Food Chemistry: Molecular Sciences revelou um efeito inesperado e preocupante do consumo excessivo de canela, principalmente em forma de suplementos concentrados. O principal risco? A interferência direta na eficácia de medicamentos, algo que pode ser especialmente perigoso para pessoas com doenças crônicas.

O assunto tem gerado debates entre especialistas e reforça a importância de atenção ao uso de produtos naturais como parte de rotinas de saúde.

Afinal, nem tudo que é natural é inofensivo, e o uso indiscriminado pode ter consequências sérias — principalmente quando se trata da nossa saúde medicamentosa.

Saiba o verdadeiro perigo da canela | Imagem de Дарья Яковлева por Pixabay

Quando o natural atrapalha: o impacto da canela no metabolismo de medicamentos

Pesquisadores da Universidade do Mississippi descobriram que o cinamaldeído, composto principal da canela, pode ativar receptores no organismo responsáveis por acelerar a metabolização de remédios.

Isso faz com que os medicamentos sejam eliminados mais rapidamente do corpo, reduzindo significativamente seus efeitos terapêuticos.

Esse fenômeno é ainda mais preocupante quando a canela é consumida em grandes doses, como ocorre em suplementos e extratos. Para quem depende de remédios contínuos — como os usados no tratamento de diabetes, hipertensão ou depressão — essa aceleração pode representar um sério risco.

A pesquisadora Shabana Khan alerta que o uso sem orientação médica de suplementos de canela pode comprometer tratamentos essenciais. Ou seja, mesmo que a intenção seja boa, a automedicação com “remédios naturais” pode trazer o efeito oposto ao desejado.

Assim, é fundamental enxergar a canela como uma substância com propriedades ativas, que interage com o organismo e pode interferir, sim, na ação de medicamentos. A ideia de que tudo que é natural é seguro precisa ser revista com urgência.

Cássia x Ceilão: o tipo de canela também faz diferença

Nem toda canela é igual — e isso faz toda a diferença quando o assunto é segurança no consumo. A canela cássia, a mais comum e barata nos supermercados, tem altos níveis de cumarina, um composto que possui propriedades anticoagulantes e potencial tóxico em grandes quantidades.

Já a canela do Ceilão, também conhecida como “verdadeira”, é mais cara e difícil de encontrar, mas tem concentrações significativamente menores de cumarina. Isso a torna uma escolha mais segura para quem deseja incorporar a especiaria na rotina.

Segundo Amar Chittiboyina, diretor de pesquisa do estudo, o uso frequente da canela cássia pode ser especialmente arriscado para quem já faz uso de anticoagulantes. Nesses casos, a interação entre medicamento e especiaria pode levar a efeitos colaterais graves.

Por outro lado, o uso tópico do óleo essencial de canela ou sua aplicação como aromatizante apresenta riscos muito menores, já que a absorção e o metabolismo são diferentes. Mesmo assim, o consumo oral em doses elevadas deve sempre ser acompanhado por um profissional de saúde.

Suplementos naturais não são inofensivos: o alerta dos especialistas

Adicionar uma pitada de canela no café ou na aveia dificilmente causará problemas à maioria das pessoas. O perigo está no uso de suplementos concentrados, que vêm ganhando popularidade em dietas e rotinas de autocuidado como se fossem “curas naturais”.

O pesquisador Bill Gurley alerta que muitos consumidores tratam os suplementos de canela como remédios naturais, sem saber que esses compostos podem interferir diretamente na eficácia de tratamentos médicos. Essa percepção equivocada pode colocar vidas em risco.

Além disso, a falta de regulamentação rigorosa sobre o uso medicinal da canela contribui para o problema. Ainda não há estudos clínicos suficientes que comprovem com clareza os efeitos da especiaria em longo prazo, especialmente em altas doses.

Por isso, a recomendação dos especialistas é clara: consulte sempre um médico antes de iniciar qualquer suplementação, principalmente se você usa medicamentos contínuos ou possui condições de saúde crônicas. A prevenção ainda é o melhor caminho.

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