NotíciasTendências

Sabe quando a gripe aviária CHEGOU ao Brasil? A história que pode se repetir

Imagine um vírus silencioso, capaz de atravessar continentes nas asas de aves migratórias e causar prejuízos bilionários à economia. Agora, pense que ele já está entre nós. A gripe aviária, que por muito tempo parecia um problema distante, voltou a bater à porta do Brasil com força inédita.

Durante décadas, o país se manteve ileso aos surtos em granjas comerciais, mesmo com registros isolados em aves silvestres. Mas esse cenário mudou em 2025, quando o vírus avançou sobre uma das maiores potências avícolas do mundo. E essa não é a primeira vez que o mundo lida com esse inimigo invisível.

Entender o passado da gripe aviária é essencial para lidar com o presente e evitar uma nova crise sanitária. A história mostra que, quando negligenciada, a doença encontra formas de reaparecer — e sempre mais forte. O que o Brasil vive agora pode ser apenas o começo.

Entenda a história da gripe aviária | Imagem de svklimkin por Pixabay

Um vírus que atravessa séculos e continentes

A gripe aviária tem uma origem antiga. Os primeiros relatos surgiram em 1878, na Itália, onde foi classificada como uma “peste aviária”. Só décadas depois, no século XX, a ciência entendeu que se tratava de uma infecção viral pertencente ao grupo Influenza A, conhecido por sua capacidade de mutação.

A partir de 1996, o subtipo H5N1 surgiu na China e virou o centro das atenções globais. Essa variante é considerada de alta patogenicidade por causar mortalidade rápida em aves e representar um risco à saúde humana.

Com a globalização, o H5N1 se espalhou por Ásia, Europa, África e América do Norte, provocando uma série de surtos. Entre 2005 e 2021, mais de 316 milhões de aves foram sacrificadas para conter o avanço da doença, gerando impactos profundos no mercado internacional.

Esse histórico reforça que não estamos diante de algo novo. A gripe aviária tem um padrão cíclico e, se ignorada, retorna com força. A presença do vírus no Brasil é só mais um capítulo de uma história que o mundo já conhece — e teme.

Como o vírus cruzou fronteiras até chegar ao Brasil

As aves migratórias são as principais responsáveis pela propagação do vírus. Elas carregam o patógeno por milhares de quilômetros, passando por diferentes países e biomas, até alcançar regiões habitadas por aves domésticas ou de criação.

No Brasil, o primeiro sinal do vírus surgiu em 2023, no Espírito Santo, em aves silvestres. Em seguida, casos foram identificados em outras regiões, incluindo Santa Catarina e o Rio Grande do Sul. Em outubro do mesmo ano, até um mamífero foi diagnosticado com a doença, mostrando a capacidade do vírus de saltar entre espécies.

A situação se agravou em maio de 2025, quando ocorreu o primeiro caso em uma granja comercial, localizada em Montenegro (RS). Esse episódio quebrou a proteção que o país mantinha havia quase duas décadas no setor avícola industrial.

A partir desse momento, o Brasil entrou em estado de alerta. A ameaça deixou de ser apenas ambiental e se tornou econômica, exigindo uma resposta rápida e coordenada para evitar que o vírus comprometa a produção e exportação de carne de frango.

O desafio brasileiro diante da gripe aviária

A confirmação do vírus em um núcleo comercial representou um marco inédito na história sanitária brasileira. O Ministério da Agricultura, junto com a Embrapa e autoridades estaduais, intensificou imediatamente as ações de contenção e controle.

Entre as principais medidas estão o monitoramento constante das rotas migratórias, o isolamento das áreas afetadas e a aplicação rigorosa de protocolos de biossegurança em todas as granjas do país.

Mesmo com esses esforços, o risco de novos focos continua existindo. A biossegurança precisa ser encarada como prioridade absoluta, já que qualquer descuido pode permitir que o vírus volte a circular com força e atinja outras regiões.

Neste cenário, o Brasil se vê diante de um teste importante: manter sua posição de liderança na produção avícola sem abrir brechas para surtos maiores. A gripe aviária já provou que sabe esperar por oportunidades — e o momento de agir é agora.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo