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Bill Gates alerta: pais de 2025 precisam repensar a criação dos filhos

A rotina mudou, o mundo virou digital, mas uma pergunta continua ecoando nas casas, escolas e redes sociais: estamos criando nossos filhos da maneira certa?

Bill Gates, um dos maiores nomes da tecnologia global, acaba de acender um sinal de alerta que está reverberando pelo planeta — e não apenas entre especialistas em educação.

Em uma publicação recente no blog Gates Notes, o fundador da Microsoft e filantropo afirmou que os pais de 2025 precisam urgentemente rever suas estratégias de criação, especialmente diante do impacto profundo das tecnologias digitais no desenvolvimento das crianças.

Mas o que ele disse não foi apenas uma opinião: foi um chamado à ação, embasado em dados e em um estudo que está abalando o campo da psicologia infantil.

Inspirado pelo livro The Anxious Generation, do psicólogo social Jonathan Haidt, Gates aponta que o excesso de liberdade digital — aliado à falta de autonomia no mundo real — está criando uma geração ansiosa, desconectada e fragilizada. Mas será que ainda dá tempo de mudar o rumo?

Você concorda com o que Bill Gates falou a respeito da nova geração de pais? Fala pode ser polêmica.
Você concorda com o que Bill Gates falou a respeito da nova geração de pais? Fala pode ser polêmica – Foto: reprodução/ Pixabay.

O desequilíbrio entre o mundo digital e o mundo real

Para Gates, a equação da infância contemporânea está perigosamente desequilibrada. De um lado, as crianças têm liberdade irrestrita para explorar o universo digital — redes sociais, vídeos curtos, games online e notificações incessantes.

Do outro, são cada vez mais privadas da liberdade física e social que marcou gerações anteriores: brincar na rua, se reunir com amigos sem supervisão, errar e aprender fora da vigilância constante dos adultos.

Esse contraste tem gerado consequências concretas. Dados mostram que adolescentes passam entre seis e oito horas por dia em frente a telas, fora o tempo escolar.

Um terço deles relata estar online quase o tempo todo. Resultado? Ansiedade, depressão, distúrbios alimentares, insônia, queda no desempenho escolar e empobrecimento das relações humanas.

Mas a questão não se resume à quantidade de tempo conectados. O problema maior, segundo Gates, é a qualidade dessa exposição: conteúdos tóxicos, comparações sociais irreais, estímulos constantes e a falta de tempo para o tédio criativo. A atenção, que ele compara a um músculo, está atrofiando.

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Meninas ansiosas, meninos desconectados — o impacto desigual

Outro aspecto que chama atenção nas análises de Gates é a diferença de impacto entre os gêneros. Enquanto meninas são mais afetadas emocionalmente — com maiores índices de ansiedade, autolesões e depressão —, os meninos demonstram desempenho acadêmico em queda, desinteresse por leitura, evasão escolar e dificuldade crescente de socialização offline.

Ou seja, a infância conectada não é apenas uma questão de saúde mental coletiva.

Ela também está aprofundando desigualdades entre meninos e meninas, e exigindo que pais e educadores desenvolvam abordagens distintas para cada caso — algo que nem sempre acontece.

Além disso, os efeitos colaterais se manifestam também na vida adulta: dificuldade em lidar com frustrações, medo do erro, baixa resiliência e problemas de autoestima.

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Em um mundo que exige cada vez mais adaptabilidade, comunicação e pensamento crítico, os jovens estão chegando à vida profissional com lacunas preocupantes.

Reeducar pais, escolas e empresas de tecnologia

Mas, se o cenário é tão alarmante, o que pode ser feito? Gates não aponta culpados isolados — mas propõe corresponsabilidade entre pais, escolas, governos e empresas de tecnologia. Ele sugere:

  • Espaços livres de celular nas escolas, para estimular o foco e o convívio presencial;
  • Maior rigor na verificação de idade nas redes sociais, para evitar o acesso precoce a ambientes nocivos;
  • Estímulo a brincadeiras ao ar livre e tempo sem tela, valorizando o tédio como motor da criatividade;
  • Ensino de habilidades socioemocionais, como empatia, autorregulação, colaboração e resolução de conflitos.

Além disso, reforça que os pais não devem apenas restringir ou proibir, mas ensinar, conversar e dar o exemplo. A criação de filhos em 2025 não é uma tarefa intuitiva — exige intencionalidade, diálogo aberto e disposição para reaprender o que já parecia estabelecido.

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