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Buracos negros podem ter surgido de forma jamais imaginada

Durante décadas, os buracos negros supermassivos foram considerados os “reis” do universo — entidades vorazes que, no início dos tempos, cresceram engolindo tudo ao redor em regiões densamente povoadas por galáxias.

Mas uma descoberta feita em 2025 por astrônomos do MIT, com o auxílio do poderoso Telescópio Espacial James Webb, pode colocar tudo isso em xeque. E o mais intrigante: quasares gigantescos foram encontrados onde quase não havia nada.

Sim, o que parecia improvável agora é realidade. A luz de quasares com mais de 13 bilhões de anos está chegando até nós revelando um paradoxo cósmico: como buracos negros tão massivos nasceram em locais onde a matéria era escassa?

A ciência ainda não tem respostas claras, mas está diante de um novo enigma que pode virar do avesso tudo o que se sabe sobre o nascimento e a evolução do cosmos.

Os buracos negros orbitam o campo teórico há muito tempo, mas uma novidade pode colocar muita coisa a perder; veja o que aconteceu e que se sabe.
Os buracos negros orbitam o campo teórico há muito tempo, mas uma novidade pode colocar muita coisa a perder; veja o que aconteceu e que se sabe – Foto: reprodução/ Pixabay.

Um buraco no coração da teoria

A descoberta foi possível graças à sensibilidade do Telescópio James Webb à luz infravermelha, fundamental para observar o universo em seus estágios mais primitivos.

Com esse recurso, pesquisadores do MIT identificaram cinco quasares extremamente antigos, alguns deles localizados em regiões quase desertas do universo jovem — ou seja, sem a concentração de galáxias e matéria que, segundo a teoria, seria essencial para formar buracos negros gigantes.

Esses quasares, núcleos de galáxias alimentados por buracos negros supermassivos, costumam ser encontrados em ambientes densos e turbulentos, onde há combustível cósmico de sobra. Mas dois dos objetos observados estavam isolados, sem um “alimento” óbvio por perto.

Isso abala um dos pilares da cosmologia moderna. Se esses buracos negros cresceram sem o apoio de aglomerados de galáxias, como exatamente se formaram e se tornaram tão grandes tão rápido?

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A teoria dos buracos negros que pode ruir

A explicação tradicional defende que, após o Big Bang, regiões do universo com maior densidade de matéria atraíram gás e poeira em abundância. Nesses lugares, as primeiras estrelas e buracos negros surgiram e se alimentaram do caos cósmico ao redor, até se tornarem os gigantes que hoje habitam o centro de muitas galáxias.

Mas os quasares solitários descobertos contam outra história. E ela é mais silenciosa, mais estranha e talvez mais revolucionária do que qualquer um esperava. A ideia de que o crescimento de um buraco negro depende exclusivamente do ambiente onde nasceu pode estar prestes a ser abandonada.

Alguns cientistas cogitam que esses buracos negros tenham se formado de forma direta, sem passar pela fase de estrela colapsada.

Outros arriscam dizer que existia algum tipo de matéria ou energia ainda não conhecida, capaz de alimentar esses monstros espaciais mesmo no isolamento.

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O que essa descoberta muda para a humanidade?

À primeira vista, pode parecer que esse tipo de revelação afeta apenas os cientistas, lá longe, em seus observatórios. Mas é justamente o nosso entendimento sobre as origens do universo — e, por consequência, sobre nós mesmos — que está em jogo.

Se a forma como os buracos negros surgem for diferente do que se imaginava, teremos que reescrever os modelos cosmológicos usados até hoje. Isso impacta desde teorias sobre a expansão do universo até as simulações que tentam prever seu futuro.

Além disso, entender melhor os buracos negros pode abrir portas para avanços tecnológicos inesperados. Afinal, a física extrema que rege essas entidades misteriosas também é um laboratório natural para testar os limites das leis do tempo, da gravidade e da matéria.

Uma nova era da astrofísica começa agora

Mais do que uma simples anomalia, os quasares isolados detectados pelo Webb são um convite ao desconhecido. A teoria vigente sobre a formação de buracos negros pode não estar errada, mas certamente não está completa.

A partir de agora, astrônomos precisarão encarar um novo desafio: investigar o nascimento de buracos negros fora dos ambientes que antes pareciam indispensáveis. O céu, que já era vasto e misterioso, acaba de se tornar ainda mais intrigante.

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