Quem disse que é preciso grandes mudanças para manter o cérebro jovem e saudável? Um novo estudo da Universidade de Toronto aponta que incluir pequenas novidades na rotina pode ser uma estratégia simples e poderosa para melhorar a memória, o humor e até prevenir doenças como Alzheimer e demência.
A pesquisa, publicada na revista Scientific Reports, sugere que a chave está em cultivar o que os cientistas chamam de “diversidade experiencial”.
A ideia parece simples, mas tem base científica sólida: sair do automático e prestar atenção em experiências novas pode ativar áreas do cérebro ligadas à lembrança e ao prazer, como o hipocampo — essencial para a formação de memórias.
Experiências diferentes fazem bem para o cérebro
Durante oito semanas, 18 idosos saudáveis com média de 71 anos participaram do estudo, realizado em pleno período de isolamento social.
Eles foram incentivados a explorar pequenas mudanças no dia a dia: caminhar por ruas diferentes, prestar atenção em sons do ambiente ou simplesmente tentar algo novo, como escrever uma carta ou cozinhar um prato diferente.
As atividades foram registradas por meio de um aplicativo de neurociência, o HippoCamera, que simula a forma como o cérebro guarda lembranças.
Os resultados foram surpreendentes: os participantes relataram mais emoções positivas, menos tédio e desempenho de memória superior nos dias com maior variedade de experiências.
Pequenas atitudes, grandes efeitos
Levar flores do jardim a um vizinho, ouvir uma música nova ou sair para um lugar diferente são exemplos simples de atitudes que podem manter o cérebro engajado.
Segundo os pesquisadores, esses estímulos ativam regiões cerebrais relacionadas à motivação e ao bem-estar, ajudando a tornar o envelhecimento mentalmente mais saudável.
Ao contrário do que muitos pensam, não é preciso viver grandes aventuras para proteger a mente — o segredo pode estar nos detalhes da rotina.
Diversidade na rotina pode ser aliada contra demência
A repetição tem seu valor, mas a novidade tem um impacto profundo na saúde mental. Com o passar dos anos, o cérebro tende a buscar economia de energia e cair na mesmice.
No entanto, esse “piloto automático” pode reduzir o estímulo necessário para manter a cognição afiada. A proposta do estudo é simples: pequenos atos de curiosidade e mudança são uma forma de exercitar o cérebro todos os dias.
