Italianos comem macarrão todo dia, mas não engordam. Por quê?
Você já se perguntou como um país conhecido por pratos fartos, massas irresistíveis e muito queijo consegue manter uma das populações mais saudáveis da Europa? A Itália, berço do espaguete, da lasanha e do famoso molho pesto, deveria estar liderando os índices de obesidade. Mas não está. E isso tem intrigado médicos, nutricionistas e curiosos do mundo inteiro.
Afinal, enquanto muitos brasileiros cortam o macarrão da dieta com medo de engordar, os italianos o colocam no prato praticamente todos os dias — e continuam magros, ativos e com excelente qualidade de vida. Seria o clima mediterrâneo? A genética? Ou há algo mais nesse mistério que poucos conhecem?
A resposta, como quase tudo relacionado à saúde, não está em um único fator, mas em uma série de escolhas culturais e alimentares.
Mas há um detalhe — pequeno, quase imperceptível — que pode estar mudando tudo. Um simples ajuste na forma de cozinhar a massa pode transformar o vilão em aliado. E sim, a ciência confirma isso.

Macarrão al dente: o segredo que poucos conhecem
Sim, o ponto do cozimento faz diferença. Parece exagero, mas não é. O macarrão feito “al dente” — firme, levemente resistente à mordida — tem propriedades completamente diferentes daquele que fica mole demais. Mas por quê?
Quando a massa é cozida até esse ponto específico, parte do amido que ela contém se transforma em amido resistente, que o corpo humano digere mais lentamente.
Esse tipo de amido age como fibra alimentar, o que ajuda a reduzir o índice glicêmico da refeição, evita picos de açúcar no sangue e aumenta a saciedade — ou seja, você se sente satisfeito por mais tempo.
Já o macarrão muito cozido libera mais glicose de forma rápida, o que eleva o açúcar no sangue e aumenta a chance de ganho de peso, principalmente quando combinado com molhos calóricos.
Por isso, os italianos não apenas comem massa — eles sabem como prepará-la. E isso muda tudo.
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Mas não é só o ponto: o contexto faz toda a diferença
Mas comer macarrão diariamente e não engordar vai além do tempo de cozimento. Os italianos têm hábitos alimentares muito diferentes dos nossos — e isso impacta diretamente na forma como o corpo processa o alimento. Em vez de encher o prato com montanhas de massa, eles consomem porções menores, geralmente acompanhadas de salada ou legumes frescos.
Além disso, a refeição na Itália é sagrada. Nada de comer em pé, correndo ou diante da televisão. Eles mastigam devagar, saboreiam, conversam à mesa.
E esse comportamento influencia diretamente na digestão, na saciedade e no metabolismo. É uma cultura alimentar que respeita o alimento e o corpo — algo que muitos países, incluindo o Brasil, ainda estão aprendendo.
Outro ponto importante: os molhos. Enquanto por aqui é comum encontrar massas cobertas por camadas de queijo e molhos ultraprocessados, na Itália os molhos são simples, feitos com ingredientes frescos: azeite de oliva, tomates, ervas, alho e um toque de queijo.
Nada de exageros. Mas ainda assim, o sabor é preservado — ou até elevado.
Mas será que isso funciona para os brasileiros também?
A resposta é sim. Mas com um grande “mas”. De nada adianta tentar replicar o modelo italiano se a massa continuar sendo preparada de forma incorreta, consumida em grandes quantidades e acompanhada de molhos pesados.
O segredo está na moderação, no preparo consciente e no equilíbrio com outros alimentos da refeição.
O ponto al dente é um ótimo começo. Mas é necessário também mudar o olhar sobre a refeição como um todo: comer com calma, prestar atenção nos sinais de fome e saciedade, usar ingredientes frescos sempre que possível.
Trocar o prato fundo pelo raso já pode fazer diferença na quantidade. E repensar o molho, deixando de lado os industrializados, é um passo fundamental.
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Os benefícios dessa abordagem vão além da balança. Comendo de forma equilibrada, o organismo responde melhor, o humor melhora, a energia aumenta — e o prazer de comer continua intacto. Não se trata de cortar a massa, mas de reinventar a forma de se relacionar com ela.