Por muito tempo, acreditou-se que o verde representava as matas e o amarelo simbolizava o ouro do Brasil, enquanto o azul e o branco fariam referência ao céu e à paz.
Essa explicação poética conquistou o imaginário popular, mas a origem real das cores da bandeira brasileira tem raízes muito mais profundas — e diretamente ligadas à história de Portugal e da monarquia europeia.
Muito além de representar elementos naturais, as cores escolhidas revelam influências de heranças dinásticas, brasões medievais e símbolos da colonização lusitana. Entender o significado dessas cores é mergulhar em capítulos importantes da formação política e cultural do Brasil.
O que significam o verde, amarelo, azul e branco?
- Verde: era símbolo de liberdade dos povos da antiga Lusitânia, região onde hoje está Portugal. Essa cor se fortaleceu como símbolo de resistência durante a luta contra a invasão moura na Idade Média.
- Amarelo: foi incorporado ao brasão de armas de Portugal após a conquista do Algarve, em 1249, marcando as vitórias sobre os mouros. O amarelo também era a cor da casa de Habsburgo-Lorena, dinastia à qual pertencia Maria Leopoldina, esposa de Dom Pedro I.
- Azul e branco: além de evocarem o céu e as estrelas dos estados brasileiros, remetem ao Condado Portucale, berço da nacionalidade portuguesa. As cores foram escolhidas por Dom Henrique da Borgonha, ancestral da monarquia lusitana.
A evolução da bandeira: de símbolo colonial ao marco republicano
Desde 1500, o Brasil já teve 12 bandeiras oficiais. A primeira foi a da Ordem de Cristo, hasteada logo após a chegada dos portugueses.
O verde e o amarelo surgiram juntos pela primeira vez na Bandeira Imperial, adotada após a independência, em 1822, durante o governo de Dom Pedro I.
A versão atual, com o lema “Ordem e Progresso”, foi criada em 19 de novembro de 1889, quatro dias após a Proclamação da República, sendo oficializada por decreto de Marechal Deodoro da Fonseca. Desde então, essa data é celebrada como o Dia da Bandeira no Brasil.
