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Essa pergunta de 1978 vai te fazer rir (ou chorar) se você estuda para concursos

Durante muito tempo, os concursos públicos foram vistos como a grande oportunidade para quem buscava estabilidade, bons salários e um plano de carreira sólido. Mas, ultimamente, uma pergunta tem instigado concurseiros e até mesmo quem já conquistou seu cargo público: será que os concursos eram mesmo mais fáceis no passado?

A dúvida, que parece simples, na verdade carrega um peso maior. Isso porque muita gente acredita que a complexidade dos concursos aumentou drasticamente nas últimas décadas. Mas, ao mesmo tempo, há quem defenda que a dificuldade de antigamente estava em outros fatores, menos visíveis — como o acesso ao conteúdo e a escassez de recursos de estudo.

A polêmica ganhou fôlego recentemente após viralizar uma pergunta do vestibular da Fuvest de 1978. O que antes parecia ser um desafio, hoje soa quase como uma pegadinha infantil. Mas será que é justo comparar épocas tão diferentes assim?

Será que os concursos de antigamente eram realmente mais fáceis Prova viraliza e chama a atenção dos alunos que ainda estão se preparando.
Será que os concursos de antigamente eram realmente mais fáceis Prova viraliza e chama a atenção dos alunos que ainda estão se preparando – Foto: guia do beneficio/ arquivo.

Provas mais diretas em concursos, mas conteúdos mais restritos

Não há como negar: as provas antigas eram objetivas, enxutas e, muitas vezes, mais simples. Mas não porque os concursos eram fáceis — e sim porque o foco era outro. A exigência se concentrava na memorização e em conhecimentos básicos, com menos interdisciplinaridade.

Mas havia um porém. O conteúdo, apesar de menor, era menos acessível. Não existiam videoaulas, PDFs gratuitos ou simulados online.

Quem quisesse estudar, precisava comprar livros caros, participar de cursos presenciais e, muitas vezes, mudar de cidade para ter acesso a um bom professor. Ou seja, o caminho era mais curto, mas o trajeto era muito mais difícil de percorrer.

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Gerson Araújo, youtuber e especialista em concursos, chamou atenção para esse ponto em um de seus vídeos. Ele comparou uma prova antiga com uma atual e confirmou: as questões de antes tinham textos menores, menos pegadinhas e um estilo direto.

Mas alertou que, embora parecessem fáceis, exigiam que o candidato fosse autodidata num tempo em que isso era para poucos.

Hoje há mais conteúdo, mas também mais concorrência

Com o avanço da tecnologia, o jogo virou — mas não necessariamente para melhor. Hoje, qualquer pessoa com um celular e internet pode acessar conteúdos de qualidade, professores renomados e comunidades inteiras de concurseiros. O problema? Todos os concorrentes estão fazendo a mesma coisa.

O aumento no número de candidatos elevou o nível das provas. As bancas passaram a investir em questões mais complexas, interdisciplinares e interpretativas, testando não apenas o que você sabe, mas como você pensa.

É uma mudança de paradigma. Antes, bastava decorar. Agora, é preciso aplicar, raciocinar, interpretar e até mesmo inferir.

Mas há uma consequência silenciosa nessa mudança: a exaustão. Estudar hoje pode ser mais eficiente, mas também mais desgastante. São horas diante da tela, comparando materiais, lutando contra a ansiedade digital e tentando se destacar em meio a milhares de candidatos igualmente bem preparados.

A pergunta que viralizou em concursos reacendeu o debate

Foi exatamente isso que aconteceu quando uma questão de vestibular de 1978 viralizou na rede social X (antigo Twitter). A pergunta, simples e até cômica, dizia algo como: “Qual é a capital do Brasil?”. O print foi compartilhado por milhares de usuários, que ironizaram a diferença entre os exames do passado e os atuais.

Mas o que começou como meme rapidamente virou um debate sério. Especialistas em educação apontaram que, sim, as provas mudaram. Mas os tempos também. E com eles, vieram novas formas de avaliar — mais técnicas, mais exigentes, mais refinadas.

Ainda assim, há um ponto em comum entre todas as épocas: o esforço. Estudar para concurso, seja em 1978 ou em 2025, sempre exigiu disciplina, resiliência e uma boa dose de sacrifício. O que mudou foi o cenário ao redor.

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Afinal, era mais fácil ou não?

É tentador pensar que os concursos do passado eram um “passeio no parque”. Mas isso seria ignorar os desafios invisíveis enfrentados por quem não tinha acesso à informação, vivia longe dos grandes centros ou sequer podia pagar por apostilas.

Por outro lado, também é verdade que os concursos de hoje cobram muito mais do que antes. São dezenas de disciplinas, bancas imprevisíveis, textos extensos e critérios cada vez mais subjetivos de correção.

Ou seja: não dá para dizer que era mais fácil ou mais difícil — apenas que era diferente.

O que permanece igual, desde sempre, é que conquistar uma vaga pública nunca foi questão de sorte, mas de preparo. E esse preparo, com todas as mudanças, continua sendo o maior desafio de quem sonha com estabilidade.

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