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Onda de “café fake” é iniciada com alta no valor do produto, saiba como identificar

O café, um dos itens mais tradicionais da mesa brasileira, se tornou alvo de adulterações alarmantes. O governo federal revelou os resultados das análises feitas em produtos apreendidos em fevereiro durante operações realizadas em fábricas nos estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

As conclusões surpreenderam: alguns pacotes vendidos como “pó sabor café” sequer continham café de verdade. O material, segundo o Ministério da Agricultura, era composto por cascas de grãos, resíduos industriais e até grãos ardidos e impróprios para consumo.

Além disso, foram encontradas toxinas cancerígenas nas amostras. Os produtos já foram retirados das prateleiras e seguem para análise da Anvisa.

Governo fica em alerta com onda de café fake no Brasil | Imagem de Pexels por Pixabay

Pó com aroma, mas sem café: o que dizem as autoridades

De acordo com Hugo Caruso, diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal, os produtos apreendidos eram, literalmente, lixo industrial disfarçado de café.

Três marcas — não divulgadas por questões legais — foram flagradas vendendo o que deveria ser uma bebida pura, mas que era composta apenas por sobras da produção e aromatizantes sintéticos.

O problema se agravou com a recente alta nos preços do café, que incentivou o surgimento de produtos com embalagens similares às das marcas tradicionais, mas que carregavam em letras pequenas termos como “pó sabor café”.

Um pacote de 500g desses produtos custava, em média, R$ 13,99, bem abaixo do valor praticado pelas marcas legítimas.

Visual confunde o consumidor e legislação é desafiada

Apesar de não se apresentarem explicitamente como “café puro”, os rótulos e imagens semelhantes aos de marcas conhecidas confundem o consumidor, o que levou à abertura de investigações sobre possível fraude na rotulagem e nas práticas comerciais.

Casos como o da marca “Melissa”, que imitava as cores da “Melitta”, evidenciam o risco de engano.

A legislação brasileira permite até 1% de impurezas naturais no café, mas proíbe totalmente a adição de itens como milho, trigo ou corantes.

Agora, o Ministério da Agricultura avalia se os produtos apreendidos poderiam ser enquadrados em outras categorias, como “mistura para preparo de alimentos”.

Enquanto isso, o alerta permanece: é fundamental ler o rótulo com atenção antes de levar o café para casa.

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